Hoje li um texto interessante de um cara chamado Ricardo Semler, publicado na Folha. Nas "Aulas de Amy" o autor defende um ensino baseado em temas, fazendo uma oposição a um esquizofrênico, cansado e caótico currículo escolar. Vai da autópsia ao cálculo de quanto um astro da Música Pop pode ganhar em uma vida.
Criticar a organização (ou desorganização) do currículo não é novidade, assim como pensar no aprendizado em cima de eixos temáticos. Embora ainda raros, já existem até materiais didáticos organizados assim.
O problema é que por mais que se tente negar, ainda estamos vivendo sob a égide do vestibular e das provas "qualquer coisa". As formas de avaliar e comparar um sistema de ensino, ou uma escola, com as outras ainda está baseada em números tão sólidos quanto uma pirâmide de açúcar.
É preciso muito cuidado pra não agirmos assim |
Outro problema: quem escreve sobre o ensino, em muitos casos passa longe de uma sala de aula com trinta, quarenta carinhas, em sua maioria não vendo a hora da tortura acabar. É aí que entra o bom professor. Um cara que deve transformar este momento de tortura em algo menos penoso. Ao menos curioso, um pouco interessante, ou nem tanto desinteressante. É o que muitos têm tentado fazer nos últimos anos. Aliás, o que dá pra fazer. Fora isso, precisamos nos revirar na cama pra trazer alguma mudança verdadeira nessa nossa História, nessa nossa Matemática, nessa nossa Arte, nessa nossa Física, nesse nosso Português...
O pior é que eles não estão errados |
Já pensou que lindo será o dia em que quase tudo o que falamos diariamente em uma sala de aula tenha algum sentido e faça diferença na vida dos jovens? A quantos anos-luz estamos dessa galáxia ainda inexplorada?
Me desculpe o pessimismo, não é do meu feitio. Ainda tenho fé, muita fé.
Boas aulas!
Prof. Fred Zenorini
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