segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Por que você gosta de alguém? (A Física explica)

Nessa vida tudo que mais interessa é conviver. Estamos aqui pra isso, nada é mais importante. Tudo que fazemos é um pretexto pra convivermos uns com os outros: família, trabalho, escola, casamento, amigos. Tudo.

Nessas e outras, conhecemos e convivemos com pessoas das mais variadas. Com umas por obrigação, com outras, por opção. O mais divertido é que muitas vezes a obrigação vira opção. O mais tenso é que algumas vezes a opção vira obrigação.

Lendo isso você pode estar pensando: "o que a Física tem a ver com isso, Fred?". Eu digo, sim, a Física pode explicar nossos relacionamentos bem e mal sucedidos. Quer ver?

O que dizer quando você conhece alguém e logo de cara sente uma coisa boa? Você pode dizer "fui com a cara dele!". E quando você topa com alguém e pensa: "não gostei da energia da fulana"?. É minha cara, meu caro, ir ou não com a cara de alguém passa por um fenômeno ondulatório chamado ressonância.

Se você esteve acordado durante pelo menos uma aula de Eletrostática sabe que uma carga positiva atrai uma negativa e vice-versa. Por que elas se atraem? Por que a interação entre os campos elétricos gerados por essas cargas é favorável. Podemos dizer que esses campos se complementam. Veja uma representação:
Representação de um campo elétrico ao redor de cargas positiva e negativa
Se você esteve acordado em pelo menos uma aula de Química, sabe que um átomo é formado por cargas positivas e negativas e que as moléculas são formadas por átomos. O que nos leva a crer que somos um amontoado de partículas eletricamente carregadas. Se uma carga elétrica gera um campo, pode-se dizer que ao nosso redor, devido ao amontoado de partículas, pode existir um campo, gerado pela soma dos campos de cada partícula. Vale lembrar que quando uma carga muda de posição no espaço, esse campo se altera. E elas vivem mudando de posição! É por essas e por outras que também podemos dizer que o que os esotéricos/ meta-físicos/ religiosos podem chamar de "vibração", nós podemos chamar de onda eletromagnética: uma perturbação em um campo elétrico e em um campo magnético que se propaga pelo espaço. Ufa!
Representação de uma perturbação eletromagnética que se propaga (vulgo onda eletromagnética)
Imagine agora uma criança em um balanço e que você quer balançá-la cada vez mais alto. O que fazer? Você pode empurrá-la de qualquer jeito, na hora em que quiser, ou existe um momento certo para dar o empurrão? Se você respondeu que existe uma hora certa pra empurrar, você, sem querer, entende o conceito de ressonância, que é um fenômeno ondulatório observado quando duas vibrações de mesma frequência se encontram na hora certa o que, como na criança no balanço, faz com que o sistema oscile com uma amplitude maior.
Empurre na hora certa
Nesses casos a "soma energética" pode ser percebida de diversas maneiras: um violão produzindo um som forte, uma taça produzindo um som agudo com água dentro, uma criança balançando cada vez mais alto e... duas pessoas se gostando, por que não?

Aquela sensação boa de estar perto de quem se gosta pode ser uma questão de Física! Esqueça o "não rolou uma química entre nós". Para as pessoas se gostarem é preciso que haja "uma Física entre elas"! As vibrações que consideramos "boas" ao encontrar alguém querido, aquela sintonia que existe entre os casais, pode ser explicada pela emissão de "vibrações, campos ou ondas" que se complementam, aumentando a amplitude das vibrações do conjunto.

Uma pessoa querida é capaz de gerar um campo tão intenso à sua volta que ela se torna irresistível (não no sentido sexual da coisa; sem malícia, por enquanto), quase não conseguimos sair de perto dela tamanha a atração que sentimos. Já pensou que o barato da vida pode ser conseguirmos gerar esse campo para que nossa presença seja agradável para o maior número de pessoas possível? Pense nisso...

Quando convivemos com um grupo de pessoas, como uma classe, por exemplo, sabemos que teremos uma etapa a cumprir. O Ensino Fundamental, o Ensino Médio, o Ensino Superior, são exemplos de ciclos que temos a concluir nessa vida. A convivência, neste caso, começa como uma obrigação. Quase todos os dias da semana você é forçado a conviver com o pessoal daquela turma. Muitas coisas podem acontecer. Você pode ser um facilitador de coisas boas. Você pode causar uma perturbação agradável ao seu redor. Você pode entrar em ressonância com as boas vibrações da turma. Aí, meu querido, coisas incríveis podem acontecer...

Como exemplo, cito as que aconteceram (e acontecem) entre uma das minhas turmas mais queridas e eu: o "Terceirico" (apelido carinhoso que eles mesmos criaram):
Olha eles aí (o de roxo não é repetente, é o professor Beto, de Matemática)
Sim, entramos em ressonância.

Sim, nossos campos se complementaram.

Sim, nos atraímos.

Entretanto, é hora de um daqueles ciclos que falei se encerrar: é formatura. Mas não tem problema nenhum, porque a Física também diz que uma vez "parceiras", duas partículas sentirão a influência uma da outra por todo o tempo. Se é assim com os elétrons, tem que ser com a gente também! Portanto, estaremos juntos para sempre, pois nossos campos eletromagnéticos são infinitos.

Claro que a relação professor-alunos nem sempre é um mar de rosas. Algumas turmas nos dão mais trabalho, outras menos. De minha parte, porém, posso dizer que me dedico de corpo e alma a todas elas com a intensidade que aquelas jovens cabeças merecem!

Sucesso a todos os meus queridos alunos formandos, de todas as escolas que trabalho.

Que vocês amem e sejam amados.

E que sejam felizes!

Nada mais importa...

Beijo

Fred

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Montanha Russa na sala - isso é que é Física!

Não conseguiu levar os seus alunos pra estudar Física na montanha russa do Hopi Hari? Não mora perto do Playcenter? Seus problemas acabaram!

Se a sala de aula não vai à montanha russa, a montanha russa vai à sala de aula:


Estudar energia mecânica e suas transformações na montanha russa é mais clássico do que Corinthians e Palmeiras, mas que a aula pode ficar mais divertida fazendo uma montanha russa virtual, isso pode!

Parabéns aos meus alunos do primeiro ano pela atuação... digna de Oscar!

Beijo

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

"Nunca vou usar a Física na minha profissão!"

"Deus me livre da Física!"

Frases como essas devem passar pela cabeça de muitos estudantes quando termina o Ensino Médio. Tem até gente que escolhe a profissão pensando em nunca mais estudar a "mardita".

Pobre professor de Física... seu trabalho consiste, entre outras coisas, a convencer diariamente as pessoas de que a Física pode fazer bem a elas. Desenvolve o raciocínio, melhora as conexões e as argumentações, desenvolve as formas de linguagem, expande a compreensão de mundo e... dá muito o que falar.

Tanto dá o que falar que essa semana recebi a grata notícia de que uma ex-aluna minha, que hoje está fazendo Jornalismo (nada a ver com a Física?), escreveu um artigo sobre... Física (Astronomia, mais precisamente). 

Já pensou você, que decidiu estudar comunicação, ser convidado a escrever sobre Ciência? E aí? Vai chorar porque dormiu nas aulas de Física, Química e Biologia? Pode ser, mas no caso da Gabi Colicigno, não. Ela esteve bem acordada e deu no que deu:

Analisando gráficos enviados pela Missão Kepler, os usuários procuram os planetas em seus micros / Meg Schwamb
Qualquer um pode ser um astrônomo
Pense bem ao se esconder da Física quando for decidir pelo seu futuro profissional. Pode ser que ela te encontre...

Parabéns, Gabi!

Beijo


terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Física do funk e do Aerosmith

"Em algum lugar do espaço-tempo, perto dali, um professor de Física usa a Música para despertar o interesse de seus queridos alunos pela Física..."

Essa aula é sempre muito divertida
Ninguém resiste à Física e Música
Não dá negar que a Física está por todo lado. No caso da Música então... ela está tanto no "Funk da Bundinha" (que eles insistem em ouvir sem o bendito fone!), quanto na mais bela canção do Aerosmith (como Dream on, que tive o prazer de ouvir ao vivo no último domingo).

Pra produzir um som musical, basta colocá-lo dentro de um contexto. Neste caso, uma simples batucada pode fazer toda a diferença. No caso dos instrumentos de corda, os famosos cordofones, basta que tenhamos uma corda tensionada (a tensão pode variar conforme o som que se deseja produzir) e uma caixa de ressonância. Um violão é um exemplo disso:
O corpo do violão é o amplificador do som
Você pode construir um cordofone em casa e explorar as várias possibilidades sonoras que ele oferece. Você só precisa de uma caixa de isopor, madeira, ou mesmo plástico, pra funcionar como "corpo" do seu instrumento, e de cordas que podem ser amarradas em torno da caixa. Um material que dá um som muito legal é "tripa de mico" (que eles usam pra apertar o nosso braço na hora de tirar sangue), mas também dá pra usar bexigas fininhas de escultura, ou até elásticos de dinheiro.

O som produzido vai depender do quanto você vai deixar a corda menos tensa (mais grave) ou mais tensa (mais agudo).

Divirta-se!

Beijo

Fred