segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Forçômetro?! Dinamômetro?! Como medir forças?

Se você precisa medir tempo você usa um... "relógio!", é o que sempre me responde o Joãozinho...

Tá, vamos começar de novo...

Se você precisa medir tempo você usa um cronômetro.

Se você precisa medir temperatura você usa um termômetro.

Se você precisa medir pressão você usa um barômetro.

Se você precisa medir força você usa um forçômetro?! NÃOOOO! Você usa um dinamômetro!

Dyna, do grego, é um prefixo que quer dizer força. Mômetro, metro, vem de medir, medida. Junte os dois e você tem um dinamômetro, que nada mais é do que um aparelho usado pra medir forças.

Na nossa língua portuguesa muitas palavras são assim, vêm da justaposição de radicais, prefixos e sufixos gregos, latinos, enfim... Como meu nome não é Pasquale Cipro Neto, voltemos à Física...

Não é que em um laboratório de Física, em algum lugar do espaço-tempo, perto dali, estávamos estudando Dinâmica (área da Física que estuda o que? FORÇAS!) e meus queridos aluninhos montaram um dinamômetro!

Veja como eles trabalham direitinho
Você quer brincar de medir forças também? Então anote a receita:

Você vai precisar de:

1 mola helicoidal pequena (tá, parece meio complicado. Você pode simplesmente descolar um resistor de chuveiro Lorenzetti)
2 parafusos em forma de gancho
1 rolha
2 pedaço de madeira de pequena espessura (pode ter algo em torno de uns 30 x 5 cm)
Um rolo de fita adesiva transparente
Coisas de massas conhecidas (100 g, 200g, 300 g, 400 g, 500 g... até 1 kg)
Canetas coloridas para decorar (e para desenhar a sua escala)

A mola vai ser a "alma" do seu dinamômetro. Se você não conseguir uma, um elástico de dinheiro pode quebrar o galho, mas não é a mesma coisa. Da forma que você achar melhor, fixe a rolha na parte de cima da madeira, a mola na rolha, um dos ganchos na rolha e um dos ganchos na parte e baixo da mola. Se tudo der certo, você deve estar com uma coisa montada que tem mais ou menos a cara da foto a seguir:

Sei que é difícil, com um professor e alunas tão bonitas, mas preste atenção no dinamômetro
Com a mola na posição de equilíbrio, do jeito que está (nem esticada, nem comprimida), marque o zero da sua escala. A seguir, pendure as massas de 100 g, de 200 g, de 300 g... A cada pendurada, faça uma marca na madeira e escreva ao lado: 1 N, 2 N, 3 N... até 10 N, quando você deve ter pendurado uma massa de 1 kg. Pronto! Você tem um dinamômetro que pode medir forças até 10 N. Ao lado da escala em Newtons, você pode fazer uma em gramas-força. Basta escrever 100 gf, 200 gf, 300 gf...

Divirta-se medindo forças por aí! Como chegamos até essa escala? Pergunte para o professor de Física mais perto de você!

P.S. A menina da direita estudou bastante Física, a da esquerda, não (ou vice-versa). Cuidado!
Beijo

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

É muita pressão!?

É comum as pessoas fazerem alguma confusão sobre o uso de alguns conceitos e unidades de medida da Física no dia-a-dia. Por exemplo:

Na academia: "Meu peso é de 70 quilos. Preciso ganhar massa."

No posto de gasolina: "Amigo, coloque 30 libras no pneu de trás do carro, por favor"

Na farmácia: "Dá pra você tirar a minha pressão? Não estou me sentido muito bem..."

Se você já estudou pelo menos um pouquinho de Física, deve ter condições de julgar as situações acima. Tudo bem que ninguém precisa sair por aí falando "a minha massa é de 67 quilogramas", mas é que o pobre professor se mata pra trabalhar os conceitos corretamente na sala de aula, vem o tal do "senso comum" e estraga tudo...

Hoje, entre outras, dei uma aula sobre pressão e pressão hidrostática. Levei os alunos até o Trovão Azul e pedi pra eles, em uma análise preliminar, relacionarem alguma parte do carro com os conceitos que estávamos estudando. Logo eles começaram a falar sobre os pneus, sobre as forças que o carro faz no solo e por aí vai. Aí eu perguntei: "Alguém aí sabe o que significam as '30 libras' que o povo coloca no pneu?". Todos sabiam que tinha alguma coisa a ver com pressão, mas...

Na verdade, como a maioria dos equipamentos de calibragem de pneus nos postos é importado (ou era no início), a pressão vem expressa em unidades comuns nos EUA. Ao invés do bom e velho N/m2 (que é a o SI, Newtons por metro quadrado), ela vem escrita em psi (sigla do inglês: pound force per square inch), que significa "libras-força por polegada quadrada".

No caso da confusão mais comum, trocar massa por peso, tudo bem. Se você for nerd o bastante pra responder "700 Newtons" quando perguntarem o seu peso, vá em frente. Saiba somente que nunca deve se perguntar o peso (ou a massa) de uma dama, seja ao menos um cavalheiro.

Agora cuidado quando você for à farmácia ou ao hospital e ouvir da enfermeira que ela vai "tirar" a sua pressão. Ela pode estar querendo te matar! Por que não simplesmente falar "medir" ou melhor ainda "auscultar" a sua pressão arterial? Muito mais chique! Os famosos "doze por oito" ou "onze por sete" significam 12 cmHg por 8 cmHg (centímetros de mercúrio, uma outra unidade de medida de pressão). Pra saber melhor o que elas significam, pergunte para a professora de Biologia mais perto de você. Mas já adianto que se referem à sístole e à diástole do seu jovem coraçãozinho...

Jé pensou se ela quiser tirar a sua pressão?
Pra não perder a viagem, leia a piadinha:

"Em algum lugar do espaço-tempo, os grandes cientistas brincavam de esconde-esconde. Era a vez de Einstein procurar. Todos se esconderam rápido, mas Newton bobeou e acabou ficando sem lugar para se esconder. Não teve dúvidas, desenhou um quadrado de 1 m x 1m no chão e ficou em cima dele. Assim que Einstein o viu, ele disse: '1,2, 3 Newton! Hahaha, tá com você'. Newton disse: 'Não! Eu não sou Newton, sou Pascal!'. Como assim, perguntou Einstein, eu tô te vendo. 'Não. Está vendo que estou em cima deste quadrado? Pois é, 1 Pascal = 1 Newton por metro quadrado...'."

Beijo

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ondas e guitarra - tudo a ver!

Nem só de fuscas vivem as aulas do Tio Fred. Essa semana estava começando a introduzir o assunto ondas (que eu A-DO-RO - entonação são-paulina) para o pessoal do terceiro lá na Viverde. Aula de ondas sem guitarra não é aula de ondas, pô! Aliás, Física e Música: tudo a ver.

Não fossem as tecnogias desenvolvidas a partir da ondulatória e do eletromagnetismo, não teríamos a guitarra, nem os amplificadores elétricos, logo, não teríamos o Rock'n Roll.

Uma querida aluna (cujo nome não será citado para preservar a privacidade da mesma) gravou um pedacinho da aula e postou no Youtubiu. Valeu, Jade!

Veja se não é o professor mais fofo que você já viu dando uma aula de Física com uma guitarra na mão:

P.S. prometo que na próxima aula uso um cabo melhor...

Beijo

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O cinema e a Física

Hoje dei uma folga pro Trovão Azul. Eu saí pra dar aulas e ele ficou quietinho na garagem...

Tá, na verdade a bateria dele descarregou. Não sei porque. Ela é nova, mas deve ter alguma coisa "roubando carga", pode ser o alarme que às vezes dispara sem motivo. Também o fusca sempre tem uma frestinha por onde entra ar, não é bem vedado como os carros mais modernos. Daí já viu, quando venta muito o alarme dispara. Enfim...

Gosto muito de filmes. Hoje um aluno me perguntou o que eu estava achando do Big Brother e se espatou quando eu disse que não assisto. Na verdade, ainda não sei porque, tentei assistir ao último meio que fazendo uma "experiência antropológica". Não curti, não aprendi nada. TV pra mim só pra ver jogo do curíntia e alguns filmes.

Voltando às películas, hoje à tarde dei uma rápida zapeada e vi que estava passando "O núcleo - missão ao centro da Terra" no TNT. Adoro esse filme! Sempre uso um trecho pra trabalhar alguns assuntos nas aulas. O enredo é cientificamente muito bem embasado. Trata-se de um hipotético (porém plausível) colapso natural envovendo o campo eletromagnético do nosso planeta que, entre outras coisas, é responsável pelos pólos magnéticos e por nos proteger de diversos tipos de radiações cósmicas que poderiam ser letais pra nós. A origem desse campo está na movimentação dos metais fundidos (eu disse fundidos, não outra coisa) que compõe o núcleo externo da Terra que, misteriosamente, parou de girar. Pra consertar as coisas, uma "força tarefa" vai até lá tentar fazer com que o núcleo do planeta "pegue no tranco".


O protagonista é um professor de Física bonitão... qualquer semelhança não é mera coincidência
Assistir a esse filme pode te dar subsídios pra discutir unidades de medida, vetores, eletrodinâmica, magnetismo, radioatividade... Isso só pra citar alguns assuntos.
É legal assistir não só a filmes de ficção (como também a outros gêneros) com esse visão "de físico". Alguns filmes clássicos, como o Superman, por exemplo, desrespeitam as leis básicas da Física, como a conservação da quantidade de movimento. Outros, como Guerra Nas Estrelas, dão efeitos sonoros às explosões que acontecem no espaço, onde o som não deve se propagar devido ao que podemos chamar de ausência de meio material. Aliás, 2001 - Uma Odisseia No Espaço (do Kubrick) é o único filme que respeita esse princípio.

Esse filme é de 1968!

Fica aqui a dica do Tio Fred pra você que se interessa por ciência (ou não): os filmes, as canções e as artes em geral podem ser pontes muito interessante entre você e o pensamento científico. Pense nisso!

Mais dicas de filmes nos próximos capítulos da Física na sua vida.

Beijo