quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A Teoria da Relatividade segundo treze alunos e uma batata

Segundo Einstein, os planetas não orbitam as estrelas por conta de suas massas, como diria Newton em sua Lei da Gravitação Universal.

As órbitas dos planetas seriam explicadas pelo sr. Alberto por conta da curvatura do espaço-tempo, entidade criada por ele em consequência da Teoria da Relatividade. Assim, quem tem muita massa (como uma estrela) causa uma deformação no tempo e no espaço ao seu redor. Um planeta (ou outro corpo de massa menor) fica "preso" neste "trilho". E assim estamos nós, na companhia da Terra, do Sol, da Via-láctea...

Aí você explica isso pros caras de um terceiro ano... E eles resolvem "concentrar" matéria dentro de um fusca...

O resultado?

Treze estudantes... e uma batata(!) dentro de um certo fusca azul...
Crianças, não tentem isso em casa!
Queridinhos do terceiro A

Queridinhos do terceiro B

Concentrar matéria dá nisso

Ou nisso

terça-feira, 15 de abril de 2014

Escola de Rock (com Física)

Toda vez que vou dar aulas de ondulatória (parte da Física onde estudamos as ondas) isso acontece: o "rockstar emergente" que um dia já fui vem à tona.
Mais bonito que o Jack Black
Gosto de poder mostrar para os alunos a relação entre velocidade, comprimento de onda e frequência de uma forma prática e divertida. Funciona assim:

Passo 1: pegue um instrumento musical de corda que você saiba tocar (quem não arranha um violãozinho?).

Passo 2: mostre que as cordas mais grossas emitem um som mais grave que as cordas mais finas (nisso você pode comentar sobre a equação de Taylor, que relaciona a velocidade de propagação de uma onda numa corda tensa, com a força de tração e a densidade linear da mesma)

Passo 3: mostre que quando você desliza pelo braço da guitarra, é como se você estivesse diminuindo o comprimento da onda. Ao mesmo tempo, como a velocidade neste caso fica constante, a frequência vai aumentando. O resultado? O som vai ficando cada vez mais agudo (ou mais alto, com frequência mais alta).

Você também pode usar seu instrumento (calma lá, o de corda...rs) pra mostrar diversos fenômenos ondulatórios, como: ondas estacionárias, interferência, ressonância etc.

Boa aula! Ou seria bom divertimento? Ah, tanto faz...

Beijo

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Voo 1863... Que Faraday nos proteja!

Voo 1863 da Gol. Nunca esquecerei esse número. Acidente grave? Não, graças a Deus (e a Faraday, um de seus melhores mensageiros quando o assunto é eletricidade).

"Senhores passageiros, infelizmente vamos ter de ficar sobrevoando Florianópolis", foi mais ou menos isso que disse o comandante de nossa aeronave no momento que começava a ser anunciada a nossa "jornada" de volta a São Paulo depois de uma viagem de férias para o Uruguai.

Nuvens carregadas sobre São Paulo não permitiram pousos ou decolagens no Aeroporto de Guarilhos durante um bom tempo. O fenômeno natural que rege o ciclo da água acompanhado de descargas elétricas intensas (vulgo "puta chuva"), fez com que tivéssemos que pousar na capital paranaense, depois do piloto dizer algo como "Nosso combustível vai acabar, vamos ter que pousar em Curitiba".

No frigir dos ovos e dos raios, nosso retorno a São Paulo e pra nossa querida Terra da Linguiça atrasou quase 24h. A Gol bancou o prejuízo, é verdade. Perrengues à parte, nos acomodou em um ótimo hotel, bancou táxi etc. Mesmo assim, é claro que muita gente ficou bem mais brava que nós, principalmente os que perderam suas conexões para voos internacionais.

Agora você pode se perguntar e se um raio cair bem no avião, o que aconteceria? Pois é, aconteceu... Dias depois um avião da mesma Gol foi atingido por violenta descarga elétrica quando saía de Brasília. Veja a matéria:

Avião da Gol é atingido por raio e retorna a Brasília
Repare no nariz do avião

Lamento e comemoro o fato disso não ter acontecido com o meu voo. Lamento por ser professor de Física e ter perdido essa história pra contar, afinal, sei que um avião (assim como todo "invólucro metálico") é um local seguro para se estar quando ocorre uma intensa descarga elétrica. O campo elétrico no interior da veículo é nulo, dada a distribuição "homogênea" das cargas elétricas em sua "casca", por assim dizer. Por outro lado, comemorei bastante, pois, sou professor de Física e engenheiro e sei que "zicas" no funcionamento dos equipamentos não são desprezíveis...

Minha mulher, por exemplo, gosta de dizer que tenho medo de andar de aviões. De minha parte, gosto mais da palavra "receio".

Feliz volta às aulas a todos!

Beijo