domingo, 5 de agosto de 2012

Sportv Física Fail

A Sportv está fazendo uma bela transmissão das Olímpiadas, quatro canais e tal... Mas mesmo eles, com toda a tecnologia e poder da Rede Globo, não escaparam das "gafes científicas". É o seguinte: quer usar um termo da Física (ou da Ciência em geral) pra deixar o seu comentário mais "chique"? Faça direito!

Estou escrevendo e ainda assistindo o Nalbert (do vôlei) e outros dois comentaristas da Sportv falando sobre as provas do atletismo:

"O problema do Pistorius [atleta bi-amputado que corre com próteses] é a largada, ele demora mais pra 'sair da inércia'..."
Esse é o Pistorius, exemplo de superação
Amigo, não dá pra "sair da inércia". A inércia é uma propriedade dos corpos que têm massa relativa à manutenção de seu movimento. Tudo bem, podemos dizer que essa bateu na trave. Quem sabe se ele tivesse dito "o atleta tem maior dificuldade para alterar seu estado de movimento"?

Já no comentário anterior, a bola foi muito fora... Eles comentando o lançamento de martelo:

"Acho que além da força precisa ter muita técnica [imagem do atleta lançando o martelo passando]... Olha só o empuxo disso!"
Empuxo? Como assim?
Empuxo é o nome que se dá às forças feitas pelos fluidos nos corpos que neles estão imersos (total ou parcialmente). Exemplo? A força que a água faz em alguém que está boiando; a força que o ar faz pra sustentar um avião voando...

Você está fazendo isso errado, parceiro.

Mas tudo bem, professor de Física é chato mesmo... Também, maior trampo pra construir os conceitos com a molecada...

É isso!

Beijo

domingo, 15 de julho de 2012

Barrados na Universidade

Nunca pensei que fosse viver o dia em que eu fosse impedido de entrar numa Universidade Federal...

Veja você.

Sou um grande fã da UFSCar. Além de ter estudado lá por mais de sete anos (cinco de graduação e mais um tanto do mestrado), considero-a uma das instituições de ensino superior mais modernas do país. Sempre inova nos cursos e iniciativas de ensino e extensão; sempre está à frente nos movimentos de greve em prol de melhores condições para funcionários, alunos e professores, enfim...

Hoje fui visitar minha cunhadinha que está morando em Sorocaba e fazendo o seu mestrado na UFSCar de lá. Fomos fazer uma caminhada no início da tarde para "fazer a digestão" e conhecer o campus sorocabano da minha querida universidade.
Veja como estou feliz
Mal tinha acabado de falar para minha digníssima esposa, que também me acompanhava (não pense você que eu sou desses que vai visitar a cunhada sozinho...), como eu estava feliz em conhecer o campus novo da UFSCar quando, para minha surpresa, fomos barrados pela segurança! É o fim da picada! Trata-se de um bem público, um prédio público, que pertence à comunidade. Qualquer um tem o direito de entrar numa universidade pública. Lembro-me que em São Carlos, nos finais de semana, muita gente aproveitava a Universidade para fazer exercícios, andar de bicicleta, fazer caminhadas, jogar bola nas quadras.

A alegação do segurança para não nos deixar entrar foram as famosas "ordens superiores".

Fica aqui o meu protesto por ter sido impedido de visitar uma Universidade Federal.

Brasil-sil-sil!

Veja como estou triste

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A descoberta (ou não) da "partícula de Deus" - será que tudo faz sentido?

Cientistas europeus, com alguma colaboração brasileira, neste momento estão perto das descobertas mais importantes do século XXI: por que as coisas têm massa? Estão em busca do "bóson de Higgs" ou a "partícula de Deus".  

Por que partícula de Deus?

O "bóson de Higgs", teoricamente, explicaria o surgimento da massa nas partículas sub-sub-atômicas. Digo sub-sub porque antes, no início do século XX, consolidou-se a existência dos prótons e nêutrons, que são subatômicos. Depois vieram os quarks, que constituiriam os prótons e nêutrons. Existem ainda outros componentes, como os glúons, por exemplo. 

Porém, segundo a teoria atual, nos primórdios do Universo, a massa "não existia". 

Partículas como o fóton (energia pura, luz por exemplo) praticamente não têm massa, isso dá a elas o "privilégio" de andar na velocidade da luz. Já as partículas "massudas" não poderiam fazer isso, pois, se fizerem, o tempo e o espaço se comportariam de forma diferente do comum, como diz a teoria de Einstein. 

Finalizando, é difícil encontrar e estudar partículas como a "de Deus", por elas serem muito instáveis, terem um tempo de vida muito curto nas condições que temos. Duram na casa dos mili ou micro-segundos.

Info busca bóson de Higgs VALE ESTE (Foto: arte/G1)
fonte: portal G1

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O Anticorinthiano e a antimatéria

Minha tese é a seguinte: "todo anticorinthiano é um corinthiano enrustido". Quer ver?

Segundo o Aurélio: anticorinthianismo 1. Substantivo composto formado pela justaposição do prefixo anti [contra] e do sufixo corinthianismo [movimento de torcer para o Corinthians]. 2. Ato ou efeito de torcer contra o Corinthians [ver anticorinthianizar].
Até no logo eles escrevem "corinthianos". Tá vendo?
Tal movimento nunca esteve tão na moda. O cálculo é simples: 

População Brasileira (PB) = 190 milhões de pessoas = 190 x 106
Nação Corinthiana (NC) = 33 milhões de loucos = 33 x 106  

PB - NC = 157 milhões de pessoas = 157 x  106   anticorinthianos!


Metafisicamente falando, quando você não gosta de algo ou alguém, você não fica falando mal (nem bem, é claro), você é simplesmente indiferente em relação a esse algo, ou alguém. Em português claro (peço desculpas pelo linguajar): "Foda-se isso, foda-se aquilo! Não tô nem aí!". Pelo menos é assim que deveria ser.

Portanto, caro anticorinthiano, você é um corinthiano enrustido, já que você adora falar do Corinthians, assistir aos jogos do Corinthians, torcer contra o Corinthians... No fundo, no fundo, você gostaria mesmo é de ser corinthiano! Ainda dá tempo!

É como a matéria. Aquela mesma, feita de átomos, prótons, quarks, elétrons... Você sabe que existe a antimatéria, certo?


A anti-matéria é uma "irmã gêmea" da matéria. Por exemplo o "anti-próton" é como o próton, tem a mesma massa e tudo, mas um "comportamento eletromagnético" oposto. O pósitron (vulgo o antielétron) também. Quando um próton e um antipróton se encontram, colidem... BUM! - aniquilação total. E o que temos como resultado? Um montão de energia!


Pois bem... existe uma tese que diz que nos primórdios do Universo as duas surgiram: matéria e anti-matéria.     Sabe-se lá por que, surgiu uma quantidade um pouco maior de matéria. Desta feita, nós (e toda a energia!) somos tudo que sobrou depois da aniquilação total do encontro entre matéria e antimatéria. Essa tese se chama "assimetria".

Concluindo: corinthianos e anticorinthianos têm a mesma origem, são como gêmeos e, no fundo, são a mesma coisa!

Viva o corinthianismo! Viva o anticorinthianismo!

E... "vai, Curíntia!"

Beijo







terça-feira, 26 de junho de 2012

Os campos energéticos o Rock e as hidrelétricas

Os campos elétricos, magnéticos e gravitacionais movem a nossa vida. Literalmente.

Não fosse pelo domínio que a Física tem desses "entes" queridos, não teríamos as hidrelétricas, o Rock'n Roll, o futebol e outras coisas importantes.

Gosto de dizer o quanto conceitos assim estão presentes nas nossas vidas.

E como ninguém é de ferro, quando o assunto é vestibular, dominar esses campos é de fundamental importância, porque cai mesmo, parceiro.

Desta feita, pra ajudar meus queridos aluninhos do segundo ano com a árdua tarefa de relacionar as coisas, construímos este belo mapa conceitual. Ficou tão bonitinho que tirei essa foto:

Beijo
 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Beakman - meu super-herói favorito! - no Brasil


Uma das maiores influências sobre o meu trabalho como educador na área de Ciências da Natureza é o personagem criado por esse cara, que estará em São Paulo, na próxima quinta, dia 21, dando uma palestra num evento chamando Info@trends, realizado pela Editora Abril (infelizmente não vou poder ver porque o período de inscrições já passou...). 
O cientista maluco que elucidava de forma bastante criativa e divertida às dúvidas cabeludas das crianças sobre temas intrincados da Física, Química e Biologia, respondia nos anos 90 pelo nome de Beakman, e fazia parte de um programa chamado “O Mundo de Beakman”.

Ao todo foram gravados nos Estados Unidos cerca de 90 episódios que iam ao ar por aqui na TV Cultura. Até hoje uso alguns vídeos do Beakman como recurso didático para trabalhar alguns conceitos com a garotada. As explicações eram bastante simples e fáceis de entender, pois eram destinadas a um público infantil e naturalmente curioso. 

O problema é que quando a rapaziada entra na adolescência e chega ao Ensino Médio, a escola deixa de ser um “mundo encantado” e, muitas vezes, se torna um local muito chato onde se está por mera obrigação. Hoje o criador do personagem, que a meu ver é um herói mais “super” do que muitos por aí, já está na casa dos sessenta anos, mas ainda continua sendo fonte de inspiração para que os professores possam tornar as aulas mais estimulantes, desafiadoras e – por que não? – divertidas.

Gosto de uma frase de Einstein que resume bem essa história de explicar as coisas:

"Se você não consegue explicar algo de forma simples, é porque você ainda não entendeu direito"

Beijo

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Os Movimentos Uniformes da Vida (MUV) e os Aniversários

Viver a vida é aprender com e sobre ela.

Viver a vida é evoluir com ela. É saber que as coisas nunca, (nunca!) estarão prontas e sempre haverá o que descobrir.

Hoje se completam 32 voltas da Terra ao redor do Sol com a minha presença. Pois é, já virei "um homenzinho".

E lá se vão quase dez anos de carreira! Pois é, já tenho ex-alunos que hoje são colegas de profissão. Ando pelas ruas e sinto orgulho de ouvir todos os dias "ow, professorrr! Fala, Frrrreeed!". Nada como morar no interiorrrr. Nesta cidade não tem como escapar. O cara é, foi, ou será meu aluno uma hora ou outra.

Graças a essa profissão, todos os anos tenho motivos pra crescer (infelizmente só por dentro... rs!). Cada sala nova, cada aluno novo, cada aula nova é um desafio.

Tudo pode acontecer numa sala de aula. Sim, preparamos as aulas, mas, de certa forma, nunca estamos plenamente preparados pra elas (ou pra eles). Uma pergunta, uma observação, um comentário, uma atitude, um raciocínio, uma vivência, pode mudar totalmente o rumo daquela aula, daquele dia, daquela semana, daquela pessoa...
Será que um dia eu chego lá?
Será?

A Educação é um "vir a ser" constante. Ou melhor, de constante não temos nada. Na verdadeira Educação não temos "movimentos uniformes" e a Inércia só faz sentido para aqueles que não acreditam na mudança e no por vir...

Equilíbrio?! Faz-me rir, Isaac Newton...

Viva a vida! Viva a Física! Aprenda!

Sempre...

E antes que eu me esqueça, valeu pelas mensagens de Feliz Aniversário.

Beijo


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Foguete de canudinho


Graças ao senhor Galileu Galilei, hoje sabemos até como lançar um foguete tripulado pro espaço. Não fosse pelos experimentos realizados do alto da Torre de Pisa (que na época dele – séc. XVI – não deveria ser tão torta), poderíamos não saber como os objetos se comportam quando se movimentam sob a ação da nossa eterna companheira: a gravidade.

Quando você começa a estudar os fenômenos gravitacionais e esse tipo de movimento, a coisa parece muito mais complicada do que realmente é. Fica aqui a dica do Tio Fred: quando a coisa parecer muito abstrata, faça um experimento para visualizar a situação na prática!

Que tal um foguete de canudinho? É muito simples, você pode fazer em casa e brincar com a gravidade. Se tudo der certo, com as devidas equações do MUV, você pode até calcular com relativa precisão a altura máxima atingida no lançamento do seu foguete!

Materiais necessários:

1 garrafa pet com tampa
1 canudinho grosso
1 canudinho fino
1 palito de fósforo
Fita adesiva

Montagem:

- Faça um furinho na tampa da garrafa (suficiente pra passar o canudo grosso sem folga)
- Prenda com a fita adesiva o palito de fósforo na ponta do canudo fino (deixa só a cabecinha do palito pra fora). Assopre pra ver se não escapa ar pela ponta do canudo fino.
- Coloque o canudo grosso no furo da garrafa e o canudo fino dentro do grosso e... pronto! Você pode agora apertar bem forte a garrafa a lançar o seu foguetinho o mais alto que puder!

Marina, Matheus, Vinicius e o foguete de canudinho
Divirta-se e viva a Física!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Batucada da Física

Batucada, cordofones e "beliscofones" - o que pode ser melhor pra estudar ondas estacionárias e ressonância?


Lá estávamos nós no laboratório fazendo uma "aula-prática-de-Física-divertida"...

Cordas e películas mais esticadas geram frequências mais agudas. Cordas e películas menos esticadas geram sons mais graves.

Viva a Física, a música, a ressonância e os tubos sonoros!

Beijo

Fred

quarta-feira, 4 de abril de 2012

terça-feira, 3 de abril de 2012

Oração do chuveiro elétrico

Essa vai pros meus queridos pupilos que estão estudando as Leis de Ohm:



U = R x i

Só não vá aumentar muito a resistência! Assim a água não esquenta direito...

E não se fala mais nisso!

Beijo

quarta-feira, 28 de março de 2012

Três passos para as leis de Newton (ande, bebê, ande!)

Primeiro você precisa saber que as forças são as causas das alterações de movimento. Sem elas nenhum movimento do Universo se alteraria. Depois você só precisa imaginar que vai ensinar um extra-terrestre a andar na Terra.
Esse cara vai dar trabalho

Passo 1:

Se ele tiver pés, peça pra ele usar um deles pra empurrar o chão pra trás. O que vai acontecer? O corpo do ET "misteriosamente" é empurrado pra frente. Por que? Ação e reação, queridão! As forças existem aos pares. Sempre que um corpo A empurrar (ou puxar) um corpo B, o corpo A será empurrado (ou puxado) no sentido contrário. Você já entendeu a terceira lei de Newton. AÇÃO E REAÇÃO.

Passo 2:

Depois que o corpo do ET se inclinou pra frente, peça pra ele colocar o outro pé (não o que empurrou o chão) na frente do pé que empurrou o chão e repetir a sequência do passo 1. Pronto, seu querido aluno alienígena já estará andando! Agora peça pra ele parar de empurrar o chão e ficar parado. Quantas forças agem agora sobre o corpo do ET? Diga que o planeta Terra o puxa pra baixo e o chão o empurra pra cima. Essas duas forças "empatam" e se anulam. É como se não existisse força nenhuma! Segundo Sir Isaac Newton, quando não existem forças o movimento não se altera. É aquela "teimosia dos corpos em manter o seu estado de movimento". Você entendeu a INÉRCIA (vulgo primeira lei de Newton).

Passo 3:

Se o seu amigo ET for gordinho, terá mais inércia (ou seja, será mais difícil alterar o estado de movimento dele). Se ele for magrinho, o contrário. Quanto mais massa, mais força é preciso fazer para alterar o movimento (a alteração de movimento pode ser chamada de aceleração). Viva a segunda lei de Newton!

Fr = m x a

Viu só? Você levou muito menos tempo pra aprender as leis de Newton do que pra aprender a andar. Andar é muito mais difícil! Já parou pra pensar que um ser humano leva uns dois anos pra conseguir andar direitinho?

segunda-feira, 19 de março de 2012

É preciso saber, nenê (Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Fred Zenorini)

Voltando das aulas hoje de manhã, depois de fazer meus pobres aluninhos "queimarem as pestanas" pra tentar entender os conceitos de campo elétrico e gravitacional, me veio a mais nova pérola da MPF (Música Popular "Fisiqueira").

Baseada em "É preciso saber viver"



É preciso saber, nenê (campos e forças)
(Fred Zenorini e Erasmo Carlos)

                  D
Quem acredita que num campo
          D7+
Não existe força, não
          D7
Deve mesmo estar maluco
                      G
E não vai ganhar nem um tostão
                 Gm
Campos elétricos existem
                D               Bm
Você não pode escolher

Em                 G               A
E É IGUAL A F SOBRE q

G                    D              Bm
P É IGUAL A m VEZES g
G                    D              Bm
F É IGUAL A E VEZES q
G                                    D         Bm
A Gravidade é como a Eletricidade
                 Em
Massas e cargas geram os campos
G     A
Ah, ah...

                D
Segundo Sir Isaac Newton
                    D7+ 
Massa com massa é atração
                        D7
Se aumenta a massa, aumenta a força
                   G
Distância é outra discussão
                      Gm
Quanto mais longe, menos força
                        D                   Bm
Só que ao quadrado, meu irmão
             Em                                 G         A
E tem o G que é a constante da Gravitação


                  D
Lei de Coulomb é parecido
               D7+
Com atração e repulsão
                 D7
Sinais contrários se atraem
                G
Mesmo sinal é um empurrão
                 Gm
Com a distância é a mesma coisa
                         D                 Bm
Sempre ao quadrado, queridão
             Em                            G         A
Só que K é a constante da eletrização

Em                 G               A
E É IGUAL A F SOBRE q

G                    D              Bm
P É IGUAL A m VEZES g
G                    D              Bm
F É IGUAL A E VEZES q
G                                    D         Bm
A Gravidade é como a Eletricidade
                 Em
Massas e cargas geram os campos
G     A
Ah, ah...


quarta-feira, 7 de março de 2012

Física na cozinha - o doce de leite termodinâmico

Se o mundo é um grande laboratório de Física, a cozinha é onde a Termodinâmica acontece (tudo bem, não só a cozinha, mas eu gostei da frase de efeito).

Até pra fazer um miojo precisamos elevar as temperaturas, causar mudanças de estado de agregação (vulgo ferver água) e interagir com moléculas de diversas naturezas.

No caso de um doce de leite "à mineira", você vai precisar de um pouco mais de coragem e habilidade, visto que vai ter de lidar com a temida panela de pressão.
Não tenha medo, mas preste atenção na válvula


Ingredientes:

Uma lata de leite condensado (de qualquer marca ou modelo)
Uma panela de pressão pequena
Água para cobrir uns três quartos da lata


Modo de fazer:

1. Coloque água na panela
2. Coloque a lata na panela
3. Feche a panela com cuidado. Vede-a bem.
4. Ligue o fogo e espere "pegar pressão"
5. Depois da "pegada", cozinhe de 15 a 25 minutos, dependendo da consistência desejada. Quanto mais tempo, mais consistente fica o doce
6. Retire a panela do fogo e coloque-a, com cuidado, embaixo da torneira com água corrente
7. Parou de sair vapor pela válvula? Já dá pra abrir a panela. Abra-a, então!
8. Espere bastante pra abrir a lata. Você pode colocá-la na geladeira, apesar de consumir bastante energia. Se não tiver pressa, aguarde pelo menos uma hora pra abrir. Diferente da panela, a lata não tem uma válvula, logo, a pressão lá dentro vai demorar pra abaixar. Já abri uma lata dessas ainda meio quente. Sai um belo jato de doce de leite quente. Você pode se queimar. Não faça isso em casa!

Coma, lambuze-se e divirta-se.

Viva a Física!

Beijo

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O "canudão" do carnaval (Física de bar - parte I)

Esse ano fui passar o carnaval com os amigos em Minas Gerais. Em Delfim Moreira, mais precisamente. Cidade de mulheres muito bonitas e caras muito parceiros. De verdade.

Estava eu conversando em um bar local e, digamos assim, "fazendo graça", ou "tentando impressionar" os meus novos amigos com algumas "lendas da Física". Disse a eles que um canudo (desses de refrigerante) não poderia ter mais do que cerca de um metro, já que os nossos pulmões não conseguiriam causar a diferença de pressão suficiente para tirar o ar de dentro do canudo para o líquido subir empurrado pela pressão da atmosfera. Pra falar a verdade, só o fato do líquido subir empurrado pelo ar de fora, e não "puxado pela boca" já os deixou impressionados. Viva a Física!

Mas não é que uma das meninas levou a história a sério e, enquanto me distraí, foi juntando os canudos, colocou-os dentro de um copo no chão (sim, ficou maior que um metro) e conseguiu fazer o líquido subir!?

Pois é, fiquei impressionado. Pelo sim, pelo não, vou repetir a experiência e pesquisar sobre a diferença de pressão que conseguimos causar com os pulmões (já li que pode ser cerca de 10.000 Pa). De qualquer forma, não deixa de ser uma boa história. Contudo, com um canudão como o da foto aí não deve dar.
Vai uma aguinha poluída aí?


Alguém se habilita?




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Coisas que só o carnaval e a Física podem nos proporcionar

Era pra ser só mais uma aula de Mecânica, mais precisamente Hidrostática. No meio de uma explanação sobre os experimentos de Torricelli para explicar a pressão atmosférica (a velha história do tubo cheio de mercúrio e o "horror ao vácuo"), recebo uma "proposta" de continuar a aula fantasiado e... deu no que deu:
Fred Aranha, Fred Aranha, muita Física e pouco apanha
Fred Fada, Fred Fada, continue assim e eu não aprendo nada
 Bom carnaval, pessoal!

Beijo

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Qual a velocidade de uma pessoa?


100 km/h? 900 km/h? 108.000 km/h?

Dependendo do referencial ou do veículo, qualquer uma dessas respostas pode estar certa. Se estivermos falando da "nave-mãe-Terra", por exemplo, a última pode ser a mais adequada. Sim, cento e oito mil quilômetros por hora. Mas e se estivermos falando "di a pé"?

Qual é a velocidade que um ser humano normal consegue atingir? Não falo de super-atletas, recordistas, ou coisa assim, falo de "gentem como a gentem" mesmo.

É claro que se você "der um google" vai descobrir rapidinho a resposta, mas, na minha opinião, é muito mais legal se você mesmo puder construir uma experiência simples que te leve a um resultado razoável.

Essa é sempre uma das minhas primeiras aulas quando o assunto é a cinemática (área da Física que estuda os movimentos sem se importar com os "por quês" deles ocorrerem). Os alunos curtem muito, já que sai do tradicional "um atrás do outro na sala" e eles podem por a mão na massa e os pés na quadra, por assim dizer.

Para dar ou ter essa aula, é importante que a escola tenha um espaço relativamente amplo, como uma quadra, um campinho, ou um pátio. Eu costumo marcar uma trajetória reta de 25 m (que você pode medir com uma trena qualquer) e pedir para os alunos primeiro andar, depois correr e marcar o tempo com um cronômetro.

Pronto! O resto serão cálculos, reflexões e questionamentos que o professor pode direcionar a fim de fazer os alunos entenderem, por exemplo, a diferença entre velocidade média e instantânea e coisas assim.

Ficou curioso com resultado? Tá bom. Caminhando a pé, nossos resultados costumam ficar na casa dos 4,5 ou 5,0 km/h. Já na correria, a molecada chega perto de uns 18,0 ou 19,0 km/h.

Quando o assunto é aprender, viver é preciso!

Viva a Física!

Beijo

Fred

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Se você não consegue explicar algo de forma simples...

As aulas começaram. As férias acabaram. E lá vamos nós pra escola.

Difícil entrar no "fuso escolar". Parece que agora todo dia você acorda com mais sono do que quando foi dormir. Daqui a pouco a gente se acostuma.

Saudades dos meus queridos-antigos-alunos. Expectativa em conhecer os futuros-queridos-alunos-novos.

Professor é um cara acostumado a fazer planos. Todo início de ano nos reunimos para os planejamentos. É quando pensamos nas estratégias e nos caminhos que tomaremos ao longo do ano letivo. Um dos lados bons da profissão é que cada início de ano é uma nova oportunidade de se renovar e fazer tudo diferente se for necessário. Um ano letivo que se inicia traz desafios que você pode nem fazer ideia que existiam.

"Física?! É muito difícil!". Essa frase traduz um dos desafios que temos certeza que existe. O preconceito em relação à nossa tão amada disciplina é grande. Como acabar com ele? Simplesmente não dá. Mas dá pra minimizar. Como?

Esse ano comecei dizendo que nossa sociedade vem nos roubando muito do "saber pensar". É tudo muito pronto; um dos lados negativo da internet. "Tudo" ao alcance de um click? Não é bem assim. As informações podem até estar aí, mas as ideias não. Elas devem ser construídas, e pra isso é preciso saber pensar. Sou desses que acredita que a criatividade é algo que se aprende. Acredito também que o estudo da Física pode ajudar muito alguém a ser criativo.

O mundo real não é apostilado. As aulas não podem se limitar a fórmulas prontas e raciocínios finalizados. Pode estar aí um dos problemas da aprendizagem atual. É preciso saber usar as apostilas a nosso favor. Elas não devem e não podem ser o único meio de comunicação entre o conhecimento e os alunos. Tudo pode ser material didático: um balde, um rio, uma árvore, uma mola, uma pilha, uma flauta, um violão, um fusca®... O mundo é um laboratório! Cabe ao professor saber fazer com que as coisas sejam mais completas, mais profundas, mais ousadas, mais divertidas, mais criativas, mais reflexivas, mais simples. Ah, como as coisas precisam ser mais simples! Einstein já dizia que se você não consegue explicar um conceito de maneira simples, é porque você ainda não o entendeu muito bem.
Tecnologia pode fazer bem? Claro. Porém, é preciso moderação. Uma lousa digital, um computador na sala, um tablet nas mãos dos jovens... tudo joia! Mas costumo dizer que uma aula pode ser muito moderna e envolvente apenas com lousa e giz. A modernidade está em não cometer os mesmos erros de antigamente. Substituir os livros e cadernos por tablets não é garantia de sucesso no mundo escolar. 

Vestibular? Todos queremos bons resultados, mas ele deve ser visto como uma consequência de um bom trabalho desenvolvido por alunos, professores, família, escola. Não pode ser o único fim. Seria muito pouco.

Os estudantes precisam ser estimulados a pensar cada vez mais e melhor. E também precisam se divertir aprendendo. Sempre não dá, é claro, mas precisamos garantir um nível mínimo de felicidade para que nossos alunos se desenvolvam. Aulas práticas, materiais inusitados, propostas de debates, convites à reflexão, vivências, atividades lúdicas... já!

E viva a boa Educação!

Feliz volta às aulas!

Beijo

Prof. Fred Zenorini