segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Voo 1863... Que Faraday nos proteja!

Voo 1863 da Gol. Nunca esquecerei esse número. Acidente grave? Não, graças a Deus (e a Faraday, um de seus melhores mensageiros quando o assunto é eletricidade).

"Senhores passageiros, infelizmente vamos ter de ficar sobrevoando Florianópolis", foi mais ou menos isso que disse o comandante de nossa aeronave no momento que começava a ser anunciada a nossa "jornada" de volta a São Paulo depois de uma viagem de férias para o Uruguai.

Nuvens carregadas sobre São Paulo não permitiram pousos ou decolagens no Aeroporto de Guarilhos durante um bom tempo. O fenômeno natural que rege o ciclo da água acompanhado de descargas elétricas intensas (vulgo "puta chuva"), fez com que tivéssemos que pousar na capital paranaense, depois do piloto dizer algo como "Nosso combustível vai acabar, vamos ter que pousar em Curitiba".

No frigir dos ovos e dos raios, nosso retorno a São Paulo e pra nossa querida Terra da Linguiça atrasou quase 24h. A Gol bancou o prejuízo, é verdade. Perrengues à parte, nos acomodou em um ótimo hotel, bancou táxi etc. Mesmo assim, é claro que muita gente ficou bem mais brava que nós, principalmente os que perderam suas conexões para voos internacionais.

Agora você pode se perguntar e se um raio cair bem no avião, o que aconteceria? Pois é, aconteceu... Dias depois um avião da mesma Gol foi atingido por violenta descarga elétrica quando saía de Brasília. Veja a matéria:

Avião da Gol é atingido por raio e retorna a Brasília
Repare no nariz do avião

Lamento e comemoro o fato disso não ter acontecido com o meu voo. Lamento por ser professor de Física e ter perdido essa história pra contar, afinal, sei que um avião (assim como todo "invólucro metálico") é um local seguro para se estar quando ocorre uma intensa descarga elétrica. O campo elétrico no interior da veículo é nulo, dada a distribuição "homogênea" das cargas elétricas em sua "casca", por assim dizer. Por outro lado, comemorei bastante, pois, sou professor de Física e engenheiro e sei que "zicas" no funcionamento dos equipamentos não são desprezíveis...

Minha mulher, por exemplo, gosta de dizer que tenho medo de andar de aviões. De minha parte, gosto mais da palavra "receio".

Feliz volta às aulas a todos!

Beijo

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