quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Se você não consegue explicar algo de forma simples...

As aulas começaram. As férias acabaram. E lá vamos nós pra escola.

Difícil entrar no "fuso escolar". Parece que agora todo dia você acorda com mais sono do que quando foi dormir. Daqui a pouco a gente se acostuma.

Saudades dos meus queridos-antigos-alunos. Expectativa em conhecer os futuros-queridos-alunos-novos.

Professor é um cara acostumado a fazer planos. Todo início de ano nos reunimos para os planejamentos. É quando pensamos nas estratégias e nos caminhos que tomaremos ao longo do ano letivo. Um dos lados bons da profissão é que cada início de ano é uma nova oportunidade de se renovar e fazer tudo diferente se for necessário. Um ano letivo que se inicia traz desafios que você pode nem fazer ideia que existiam.

"Física?! É muito difícil!". Essa frase traduz um dos desafios que temos certeza que existe. O preconceito em relação à nossa tão amada disciplina é grande. Como acabar com ele? Simplesmente não dá. Mas dá pra minimizar. Como?

Esse ano comecei dizendo que nossa sociedade vem nos roubando muito do "saber pensar". É tudo muito pronto; um dos lados negativo da internet. "Tudo" ao alcance de um click? Não é bem assim. As informações podem até estar aí, mas as ideias não. Elas devem ser construídas, e pra isso é preciso saber pensar. Sou desses que acredita que a criatividade é algo que se aprende. Acredito também que o estudo da Física pode ajudar muito alguém a ser criativo.

O mundo real não é apostilado. As aulas não podem se limitar a fórmulas prontas e raciocínios finalizados. Pode estar aí um dos problemas da aprendizagem atual. É preciso saber usar as apostilas a nosso favor. Elas não devem e não podem ser o único meio de comunicação entre o conhecimento e os alunos. Tudo pode ser material didático: um balde, um rio, uma árvore, uma mola, uma pilha, uma flauta, um violão, um fusca®... O mundo é um laboratório! Cabe ao professor saber fazer com que as coisas sejam mais completas, mais profundas, mais ousadas, mais divertidas, mais criativas, mais reflexivas, mais simples. Ah, como as coisas precisam ser mais simples! Einstein já dizia que se você não consegue explicar um conceito de maneira simples, é porque você ainda não o entendeu muito bem.
Tecnologia pode fazer bem? Claro. Porém, é preciso moderação. Uma lousa digital, um computador na sala, um tablet nas mãos dos jovens... tudo joia! Mas costumo dizer que uma aula pode ser muito moderna e envolvente apenas com lousa e giz. A modernidade está em não cometer os mesmos erros de antigamente. Substituir os livros e cadernos por tablets não é garantia de sucesso no mundo escolar. 

Vestibular? Todos queremos bons resultados, mas ele deve ser visto como uma consequência de um bom trabalho desenvolvido por alunos, professores, família, escola. Não pode ser o único fim. Seria muito pouco.

Os estudantes precisam ser estimulados a pensar cada vez mais e melhor. E também precisam se divertir aprendendo. Sempre não dá, é claro, mas precisamos garantir um nível mínimo de felicidade para que nossos alunos se desenvolvam. Aulas práticas, materiais inusitados, propostas de debates, convites à reflexão, vivências, atividades lúdicas... já!

E viva a boa Educação!

Feliz volta às aulas!

Beijo

Prof. Fred Zenorini




Um comentário:

  1. Cetinho Fred, certinho!
    Construir o conhecimento é a melhor forma de aprender, sempre!
    Adorei o texto e vou sentir falta das suas aulas :/
    Beijoos

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