sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Astronomia e o Skank


Vou confessar: a minha banda nacional preferida é o Skank. Eu gosto muito das bandas independentes, mas, pra mim, o negócio tem que ser amplo, tem que atingir a grande mídia. Sei que é preciso vencê-los, que a grande mídia é controlada pelo capital e blá-blá-blá, contudo, nem tudo que atinge a grande mídia é porcaria. É possível fazer boa música, fazer boa Educação, fazer bons filmes sem se "render totalmente às tendências do mercado". Tudo isso só pra eu falar que gosto do Skank... nossa como eu sou complicado... não é à toa que sou professor de Física...

Enfim, o disco mais legal do Skank se chama "Cosmotron". Na minha modesta opinião, é o que tem os melhores arranjos, é o mais roqueiro, o mais "beatleniano" e o que possui as maiores relações com a Física. Como assim? Skank e Astronomia? É, eu viajo.

Na minha "viagem" (e todo ouvinte, leitor, telespectador tem direito a isso, a ser um co-autor) as letras, as melodias e os arranjos são bem "espaciais". Isso sem falar no nome do disco: COSMO(tron). A primeira faixa se chama "Supernova". Sabe o que é uma supernova? Curto e grosso? É uma estrela explodindo bastante e emitindo muita radiação, muita luz, muita energia. Veja o refrão:

"No universo das paixões
Amor assim é supernova
Certeiro na veia, da carne
Da alma, na carne d'alma"

Aqui os autores (Samuel Rosa e Fausto Fawcett) fazem um paralelo entre a "intensidade" da supernova e do amor que estão vivendo. Me senti o professor de Português agora!

Já na segunda faixa, "As noites":

"E lá no céu constelações
Num arranjo inusitado
O seu nome desenhado
Pelo menos tinha essa ilusão"

Esse negócio de ver formas nas constelações é muito antigo, começou com os Incas e influencia a nossa cultura até hoje. Os nomes dos signos do Zodíaco vêm daí, dos nomes das constelações, na verdade. Tudo bem que aí já começa a Astrologia...

Sem contar o maior hit do disco, "Dois Rios", que tem uma mãozinha do Lô Borges:

"O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro é a escuridão"

"O Sol se põe e vai
E após se pôr
O Sol renasce no Japão"

Pois é, não fossem os avanços da Ciência, da Física e da Astronomia, teríamos tudo pra continuar pensando como Ptolomeu, que achava que tudo girava em torno da Terra. Afinal, tomando a Terra como referencial, vendo tudo daqui a olho nú, temos exatamente essa impressão. Depois vieram Copérnico, Kepler, Newton e outros caras que provaram que as coisas não eram bem assim. Mas já são cenas do próximo capítulo da Física na sua vida, baby.

Beijo

Um comentário:

  1. Fredericoo (:
    A aula relacionada com o Skank foi muito boa. Claro que o fato de eu também considerar a banda como a minha nacional predileta conta, mas eu gostei muito da sua idéia de relacionar música e física.
    ;*

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